quarta-feira, 29 de abril de 2009

Marquises de Proteção

Mais próximas de sua definição original, é um elemento arquitetônico estruturado em balanço, em edifícios, logo acima do andar térreo, para proteger os pedestres do sol e da chuva.

Tais marquises, utilizadas em construções no alinhamento do lote, muito comuns nas áreas centrais, cobrem parcialmente o passeio público e, em geral, estabelecem-se em toda linha da(s) fachada(s) do edifício. Outra função seria a de proteger os passantes de objetos que porventura fossem atirados ou derrubados dos andares superiores.

Esses elementos de cobertura só puderam ser viabilizados após o aparecimento dos novos materiais construtivos como o aço e o concreto armado, que possibilitaram projetos dotados de amplos balanços.

Muitos arquitetos se apoderaram desse extenso plano horizontal para demarcar o final do térreo ou da sobreloja, ou mesmo rebaixando-a um pouco, permitir iluminação natural à sobreloja. Um exemplo dessa situação é o Edifício Seguradoras, projeto dos Irmãos Roberto de 1943 e situado no centro do Rio de Janeiro; nele essa grande lâmina suspensa entre caixilhos colabora para a leveza do conjunto e anuncia os andares-tipo. Aqui mais uma vez aparece uma das características marcantes da arquitetura moderna brasileira que é a procura pela leveza, demonstrada pela marquise em concreto aflorando de um extenso pano de vidro; tais contrastes serão recorrentes em projetos de vários arquitetos, usuais tanto em relação às marquises de proteção quanto às de acesso.



Fig. 1 - M.M.M. Roberto, Edifício Seguradoras. Rio de Janeiro,1943. Fonte: (BRUAND, 1981, p.176).

De alguma maneira as marquises de proteção têm função parecida com os antigos beirais que, além de protegerem o pedestre, preservavam a construção de uma excessiva insolação, das chuvas e da umidade.

Por muitas vezes possuem pé direito mais baixo que o do piso térreo e, devido a isso, geram um espaço de transição entre passeio e o interior do edifício, quase um convite para adentrá-lo.

Outro aspecto relevante é do abrandamento da luz solar, possibilitando-se uma gradação de iluminação entre o externo e o interno que permite melhor vislumbre dos interiores; esse artifício é freqüentemente utilizado pelas construções de uso comercial, a fim de propiciar melhor exposição dos produtos à venda, aos olhos daqueles que passam pela rua.

O abrandamento solar também auxilia na transição de acesso entre áreas abertas e fechadas,
particularmente em zonas de excessiva claridade solar, como em nosso país, preparando a retina humana para as alterações de iluminância.

Insolação Passiva

Um problema corriqueiro em fachadas de edifícios envidraçados é a insolação. São desenvolvidos vários artifícios para evitar gastos extremos com ar-condicionados mas nem sempre são eficientes quando tentamos adequar a solução técnica à estética.

Existem várias maneiras de diminuir a ação dos raios solares em construções. Esta achei um tanto quanto inusitada. A princípio parecia um pacote de macarrão aberto, mas analisando com calma observei que é mais ou menos o conceito da função de nossos fios de cabelo.




Projeto desenvolvido por Moxon Architects (Londres).

Fonte: http://www.arcoweb.com.br/

Proteção solar

O fechamento dos vãos do pavimento superior foi feito com painéis de vidro estruturados com perfis de alumínio, na modulação de 115 milímetros, sendo alguns fixos e outros com abertura maxim-ar. O uso de vidros duplos, compostos por laminado refletivo prata de sete milímetros, câmara de ar de nove milímetros e temperado de cinco milímetros, permite grande isolamento térmico. Contribui para o conforto ambiental no interior do edifício a cobertura com telhas metálicas termoacústicas, isoladas com manta de lã mineral e instaladas em estrutura composta por perfil em chapa soldada do tipo duplo T, na qual estão apoiadas as terças metálicas em perfil laminado. Essa cobertura avança 65 centímetros na fachada frontal e 150 centímetros nas laterais, compondo um beiral que sombreia a fachada.


Outras soluções também favorecem a proteção térmica do edifício. A leste, a vegetação impede a incidência direta da luz solar na fachada de vidro e oferece uma vista agradável. Na fachada norte foi instalado um brise formado por painéis com módulos variáveis, que se unem a outro painel idêntico mediante conectores de policarbonato. Dessa forma, obtém-se um elemento monolítico com acabamento tanto para o exterior quanto para o interior do prédio. Cada módulo é composto por dois painéis conectados, em forma de U, com 20 milímetros de base e 70 milímetros de altura, seguindo modulações de 100, 150, 200, 250 ou 300 milímetros entre eixos das células. Na face sul, esse brise confere mais privacidade à sala da presidência, enquanto a fachada oeste ganha sombreamento proporcionado pela edificação vizinha, da indústria. Os brises são do tipo célula, de 15 x 15 centímetros.



Oscar EscherBruning Tecnometal - Panambi / RS

Fonte: http://www.arcoweb.com.br

Brises entre vidros duplos

As fachadas do edifício receberam diferentes soluções, calculadas e executadas pela Engevidros. Na área do foyer, adotou-se um grande pano de vidro com portas antipânico e sanca de iluminação revestida com painel de alumínio composto. A face noroeste, voltada para a baía de Guanabara, tem envidraçamento duplo com brises internos, enquanto a oposta a ela recebeu acabamento em azulejo amarelo e pinturas do próprio arquiteto.


Oscar Niemeyer - Teatro Popular, Niterói, RJ

Fonte: http://www.arcoweb.com.br

TIPOS DE BRISES

O brise-soleil pode ser interno ou externo. Um exemplo de brise interno é a persiana. Os brises internos são brises móveis e os externos podem ser móveis ou fixos. Tanto os brises internos quanto os externos podem ser horizontais ou verticais.


Os brises horizontais impedem a entrada de raios solares através da abertura a partir do ângulo de altitude solar. Os brises verticais impedem a entrada de raios solares através da abertura a partir do ângulo de azimute solar.



Os brises externos podem ser:

*Horizontal infinita




Teatro da Universidade Metodista de Piracicaba SP – Paulo Zimbres

*Horizontal finita


FEESC - Universidade Federal de Santa Catarina

*Vertical infinita

*Vertical finita


A partir desses quatro tipos básicos de brises podemos obter qualquer tipo de brise com diferentes combinações de brise horizontal e vertical, que são os brises mistos. Esses podem variar em tipo “colméia” e tipo “grelha”.
















FUVEST - São Paulo

Apesar de termos essas formas básicas para obter o sombreamento desejado, ainda assim podemos usar a criatividade de muitas maneiras.

fonte: http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2005-2/brises/tipos.htm


Somos alunos da cadeira de Conforto Ambiental da Universidade de Fortaleza.
Este blog é fruto de um trabalho que devemos realizar sobre "elementos de proteção solar".